
Há tempos e tempos em nossas tão atribuladas e serenas vidas. Reclamamos com frequência que isso e aquilo não aconteceu. Que isso e aquilo não ocorreu. Reclamamos do que somos e fazemos. Reclamamos do que temos e do que deixamos de ter.
Hoje pela manhã passava perto do trabalho e algo me chamou atenção. Uma senhora, literalmente na sarjeta, maltrapilha, suja, sentada no chão, com um pratinho de salgadinhos daquelas festas de aniversário, chorava compulsivamente. Não, ela não queria dinheiro. Ela não queria esmolas. Ela apenas queria um ouvido de alguém. Apenas queria que alguém a escutasse sem perguntar nada. Sentia sua vida vazia e sem sentido algum.
Há vários motivos que nos levariam a esse estágio deplorável. Desamor, desânimo, solidão, depressão. Que são geradas por outros motivos e fatores. Com frequência lê-se nas notícias, revistas, jornais e sítios da web que tal artista, famoso e milionário simplesmente morreu por uma overdose de qualquer substância. Hoje inclusive um certo tal famoso que mudou o rosto e até a cor da pele "comemora" um ano que morreu nessas circuntâncias.
A vida corrida de hoje em dia nos faz parar de observar pequenos detalhes, nos faz olhar e desejar com todas as forças aquilo que queremos e o resto que não atrapalhe. Com frequência ouvimos por aí que alguém matou ou morreu por amor ou falta dele. Vivemos nessa fantasia de achar que tudo é nosso do nosso jeito e deixamos de respeitar as escolhas alheias.
Às vezes temos dificuldades de sermos rejeitados. A rejeição é algo que nos faz até pensar em desistir de tudo. Quantos "nãos" eu levei nessa vida... Mas o pior "não" é o que damos para nós mesmos. Quando dizemos a nós mesmos que não aguentamos mais. Que não suportamos mais determinada situação. Que não temos mais força. E esse sentimento nos destrói e nos leva ao estágio daquela senhora sentada à beira do caos.
Talvez a grande sacada disso tudo está no amor próprio. Quando passamos a amar a nós mesmos, as pessoas passam a se aproximar de nós. D'outra feita, quando deixamos de nos amar tudo desanda. A vida é cheia de altos e baixos.
Não basta só termos tudo, às vezes é preciso que percamos tudo para que possamos ter um motivo para corrermos atrás novamente. "Não ter" deve ser a maior razão para buscarmos algo. Busque o seu não e você encontrará várias lacunas na sua vida que ainda não foram preenchidas... (I sware that I'm trying...).
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